domingo, 4 de janeiro de 2015

Cinza e Verde

30/12/2014

Quando o cinza penetra meus olhos
E o verde se perde em meu peito,
Perco contato com os ancestrais
E não consigo enxergar direito.

São dias turvos com a mente fechada,
E o corpo aberto aos males do mundo.
No meio desse horror de fachada
Não tenho qualquer pensamento profundo.

Nessa escuridão me sinto torto
E perco toda a minha calma.
A cidade é grande demais para meu corpo
E pequena demais para minha alma.

Quando o verde volta a brilhar
E o Sol a bater em meu peito,
Me ponho então a contemplar
O mundo como um grande feito.

Me banhando nesse mar de beleza
Posso ver além do vivo e do morto;
E tudo que existe na natureza
Revive aqui, aquém do meu corpo.

Do alto tudo parece mais real
De um jeito irreal que me acalma.
A montanha é do tamanho ideal
Para conter meu corpo e minha alma.

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