29/10/2014
Sentar nas pedras quentes e olhar o mar:
Sinto como se estivesse em outro mundo;
Universo paralelo onde se encantar
É o único desejo profundo.
Desejo fácil de concretizar.
O som da água a dançar com o vento,
O cheiro, meus sentidos a ativar
As ondas e marés que eu tenho por dentro.
O vai-e-vem ondula minha essência,
Ameniza e conforta minha existência;
Me sinto parte do mar e muito mais!
Sou uma onda, um peixe em suas águas;
Sem temor, ansiedade ou mágoas.
Natureza é o princípio criador da paz.
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quarta-feira, 29 de outubro de 2014
terça-feira, 28 de outubro de 2014
De Onde Eu Vim
28/10/2014
Com tanto preconceito e discrimimação,
Não há alma que resista a essa peste.
Se de um lado há ódio e depreciação,
E do outro eu sinto amor e união,
Sorte a minha ter nascido no Nordeste!
Mas não compactuo com essa insensatez:
Eu quero é viver sob esse céu anil!
Nadar nos seus mares, banhar-me em cada rio,
Pisar nos seus solos, um pé de cada vez!
Sorte a minha ter nascido no Brasil!
Mas deixemos de lado essa ilusão.
Sabemos que lá dentro, bem lá no fundo,
Distante ou do seu lado, o outro é seu irmão;
Então para quê tanta segregação?
Sorte a minha ter nascido no Mundo!
Com tanto preconceito e discrimimação,
Não há alma que resista a essa peste.
Se de um lado há ódio e depreciação,
E do outro eu sinto amor e união,
Sorte a minha ter nascido no Nordeste!
Mas não compactuo com essa insensatez:
Eu quero é viver sob esse céu anil!
Nadar nos seus mares, banhar-me em cada rio,
Pisar nos seus solos, um pé de cada vez!
Sorte a minha ter nascido no Brasil!
Mas deixemos de lado essa ilusão.
Sabemos que lá dentro, bem lá no fundo,
Distante ou do seu lado, o outro é seu irmão;
Então para quê tanta segregação?
Sorte a minha ter nascido no Mundo!
Uma Tarde
27/10/2014
Numa tarde qualquer,
Sem nenhuma especificidade,
Seguia meu destino a pé,
Sem tristeza ou felicidade,
Quando de súbito eu vi:
O mundo que eu enxergava
Não era o que me rodeava;
Do meu rumo me esqueci.
Não sabia aonde ia,
Mas lembrei de onde vinha.
E como dedo sem mão,
Sentido sem direção,
Estava perdido.
Num espaço entre dois pontos
Que não se conheciam.
Quando se está sem rumo,
Não há sentido em se encontrar.
Não há significado.
Saber onde está,
Mas não saber aonde ir;
Saber aonde ir,
Mas não saber onde está:
Onde está a conexão?
Cada coisa tem sua função
- E seu caminho.
A água mata a sede,
O fogo aquece,
O Sol ilumina,
A lua se esquece.
O que falar da vida?
Esqueci de onde vinha
- Já soube algum dia? -
Não sabia aonde ia:
Era essa minha sina.
A sina da existência.
Existência refletida,
Refratada,
Raciocinada,
Insensata,
Sem sentido.
Uma flecha sem arco.
Teria a vida existência real?
Teria a existência real sentido?
Que equações poderia usar
Para responder essas questões?
A infinitude de minhas perguntas
Inundaram minha cabeça
E paralizaram meu corpo.
Não mais andava.
Não lembrava de onde vinha,
Não sabia aonde ia,
Não sabia por que eu era.
Mas quem eu era?
Eu era eu.
Mas poderia não ser.
Eu era.
Mas poderia não ser.
O que me definia como eu?
Minha mudança eterna
Permanecia.
Mas como ainda poderia ser eu?
O rio ainda era ele
Porque ficava no mesmo lugar.
O fogo ainda aquecia,
A água ainda matava a sede.
A chuva ainda caía.
Em mim, nada se mantinha.
Meu corpo não era o mesmo.
Tampouco minhas ações,
Meus átomos,
Meus pensamentos,
Meus sentimentos.
Como ainda podia ser eu?
Seria eu um aglomerado
De matéria, delimitado
Por um invólucro
Que chamo meu corpo?
Um invólucro mutável,
Inconstante,
Cujos limites e conteúdo
Mudavam?
Um saco plástico
Feito com matéria viva
Repleto de abstrações concretas...?
Poderiam minhas questões
Ser respondidas?
Chegaria a um resultado,
Uma solução ontológica?
Deveria suspender o juízo?
Ou me inquietar ad æternum?
Tornei a caminhar.
Encontraria meu rumo
Mesmo se tivesse que inventá-lo
- Poderia inventar,
Como poderia tudo ser minha invenção.
Caminhava e olhava o mundo
- E o mundo me olhava de volta.
Começava a me dissolver,
Dissociar minhas partes.
"Minhas".
Minhas dúvidas não poderiam me parar.
Bem-aventurado aquele
Que tem mais dúvidas
Do que certezas.
Numa tarde qualquer,
Sem nenhuma especificidade,
Seguia meu destino a pé,
Sem tristeza ou felicidade,
Quando de súbito eu vi:
O mundo que eu enxergava
Não era o que me rodeava;
Do meu rumo me esqueci.
Não sabia aonde ia,
Mas lembrei de onde vinha.
E como dedo sem mão,
Sentido sem direção,
Estava perdido.
Num espaço entre dois pontos
Que não se conheciam.
Quando se está sem rumo,
Não há sentido em se encontrar.
Não há significado.
Saber onde está,
Mas não saber aonde ir;
Saber aonde ir,
Mas não saber onde está:
Onde está a conexão?
Cada coisa tem sua função
- E seu caminho.
A água mata a sede,
O fogo aquece,
O Sol ilumina,
A lua se esquece.
O que falar da vida?
Esqueci de onde vinha
- Já soube algum dia? -
Não sabia aonde ia:
Era essa minha sina.
A sina da existência.
Existência refletida,
Refratada,
Raciocinada,
Insensata,
Sem sentido.
Uma flecha sem arco.
Teria a vida existência real?
Teria a existência real sentido?
Que equações poderia usar
Para responder essas questões?
A infinitude de minhas perguntas
Inundaram minha cabeça
E paralizaram meu corpo.
Não mais andava.
Não lembrava de onde vinha,
Não sabia aonde ia,
Não sabia por que eu era.
Mas quem eu era?
Eu era eu.
Mas poderia não ser.
Eu era.
Mas poderia não ser.
O que me definia como eu?
Minha mudança eterna
Permanecia.
Mas como ainda poderia ser eu?
O rio ainda era ele
Porque ficava no mesmo lugar.
O fogo ainda aquecia,
A água ainda matava a sede.
A chuva ainda caía.
Em mim, nada se mantinha.
Meu corpo não era o mesmo.
Tampouco minhas ações,
Meus átomos,
Meus pensamentos,
Meus sentimentos.
Como ainda podia ser eu?
Seria eu um aglomerado
De matéria, delimitado
Por um invólucro
Que chamo meu corpo?
Um invólucro mutável,
Inconstante,
Cujos limites e conteúdo
Mudavam?
Um saco plástico
Feito com matéria viva
Repleto de abstrações concretas...?
Poderiam minhas questões
Ser respondidas?
Chegaria a um resultado,
Uma solução ontológica?
Deveria suspender o juízo?
Ou me inquietar ad æternum?
Tornei a caminhar.
Encontraria meu rumo
Mesmo se tivesse que inventá-lo
- Poderia inventar,
Como poderia tudo ser minha invenção.
Caminhava e olhava o mundo
- E o mundo me olhava de volta.
Começava a me dissolver,
Dissociar minhas partes.
"Minhas".
Minhas dúvidas não poderiam me parar.
Bem-aventurado aquele
Que tem mais dúvidas
Do que certezas.
segunda-feira, 27 de outubro de 2014
Dormir, Sonhar e Acordar
27/10/2014
Cores do nascer do Sol
Alvorada em minha vida
Cheiro verde do mar
Os pássaros a cantar
Felicidade a contagiar
Tristeza contida
O Sol a se deitar
Pássaros em seus ninhos
Lobos a uivar
Luzes do farol
Término do pôr-do-sol
Início do luar
Dormir é prazeroso
Sonhar é fantástico
Contigo é maravilhoso
Acordar é preciso
Você estando comigo
No pensamento é gostoso
Cores do nascer do Sol
Alvorada em minha vida
Cheiro verde do mar
Os pássaros a cantar
Felicidade a contagiar
Tristeza contida
O Sol a se deitar
Pássaros em seus ninhos
Lobos a uivar
Luzes do farol
Término do pôr-do-sol
Início do luar
Dormir é prazeroso
Sonhar é fantástico
Contigo é maravilhoso
Acordar é preciso
Você estando comigo
No pensamento é gostoso
sábado, 25 de outubro de 2014
Essência de Fada
25/10/2014
Seus cabelos esvoaçantes,
Delirantes, cantantes,
Turvam o ar à sua volta,
Curvam o reflexo das emoções.
Com suas asas transparentes
- Invisíveis para a maioria -
Só toca os pés no chão
Para sentir a conexão,
Pôr-se a dançar
E exalar poesia.
Com sua essência de fada,
Poetisa
- Ainda que não saiba -,
Profetiza:
"Venha para cá!
Seremos poetas
Novos românticos
Teatrais
Itinerantes!"
E assim será!
Seus cabelos esvoaçantes,
Delirantes, cantantes,
Turvam o ar à sua volta,
Curvam o reflexo das emoções.
Com suas asas transparentes
- Invisíveis para a maioria -
Só toca os pés no chão
Para sentir a conexão,
Pôr-se a dançar
E exalar poesia.
Com sua essência de fada,
Poetisa
- Ainda que não saiba -,
Profetiza:
"Venha para cá!
Seremos poetas
Novos românticos
Teatrais
Itinerantes!"
E assim será!
quarta-feira, 22 de outubro de 2014
Ver-te-ei
22/10/2014
Agora, ver-te-ei amanhã.
Devo despedir-me, devo ir,
Mas mesmo tendo que partir,
Ver-te-ei à noite ou de manhã.
O horário do nosso contato
Pra mim é irrelevante,
Pois a qualquer instante
Pode se tornar um fato.
Sei o que importa realmente:
Seja ilusão da minha mente,
De meus desejos mais medonhos,
Mesmo se eu não te encontrar,
Se seu corpo não puder tocar,
Ainda te verei nos meus sonhos.
Agora, ver-te-ei amanhã.
Devo despedir-me, devo ir,
Mas mesmo tendo que partir,
Ver-te-ei à noite ou de manhã.
O horário do nosso contato
Pra mim é irrelevante,
Pois a qualquer instante
Pode se tornar um fato.
Sei o que importa realmente:
Seja ilusão da minha mente,
De meus desejos mais medonhos,
Mesmo se eu não te encontrar,
Se seu corpo não puder tocar,
Ainda te verei nos meus sonhos.
terça-feira, 21 de outubro de 2014
Sol e Lua
20/10/2014
Quero ter um espaço em seu tempo.
Pertencer ao seu curso diário,
Ser palavras do seu dicionário,
Veias pulsantes de suas têmporas.
Ser um membro do seu instante,
Como os olhos de sua visão,
Paixões em sua revolução,
Sua translação constante.
Quero orbitar em seu sorriso,
Ser sua quinta dimensão,
O vazio em sua imensidão,
O sentido em seu ser preciso.
Quero ser seu sexto sentido.
Um método de ser hermético,
Para que o mais rígido cético
Aos seus pés tenha assentido.
Quero ter um tempo em seu espaço.
Divagar em seus planetas,
Ter um rumo aos meus cometas,
Um caminho ao meu passo.
Quero curvar-me em sua presença
Que distorce os caminhos da luz,
Avermelha os ceus azuis,
Quando seu brilho dá a sentença.
Quero preencher seu vazio.
Em seu universo ser errante,
Em sua espécie ser mutante,
Ser um astro sem luz e vadio.
Quero ser sua menor partícula.
De sua carne ser indivisível,
Ser um átomo invisível
De sua mais ínfima gotícula.
Ser calor em sua combustão,
A fricção do seu atrito,
O desgaste do seu detrito,
A entalpia de sua reação.
Quero ser sua relatividade.
Suas trocas de referencial,
O contexto social
De sua individualidade.
Quero ser o seu Sol.
E você, para meu barco,
Que seja uma meta, um marco,
Minha Lua e meu farol.
Que nossas paralelas se encontrem
No infinito de seu coração,
E que a mais sublime canção
Seja a que seus lábios cantem.
Quero ter um espaço em seu tempo.
Pertencer ao seu curso diário,
Ser palavras do seu dicionário,
Veias pulsantes de suas têmporas.
Ser um membro do seu instante,
Como os olhos de sua visão,
Paixões em sua revolução,
Sua translação constante.
Quero orbitar em seu sorriso,
Ser sua quinta dimensão,
O vazio em sua imensidão,
O sentido em seu ser preciso.
Quero ser seu sexto sentido.
Um método de ser hermético,
Para que o mais rígido cético
Aos seus pés tenha assentido.
Quero ter um tempo em seu espaço.
Divagar em seus planetas,
Ter um rumo aos meus cometas,
Um caminho ao meu passo.
Quero curvar-me em sua presença
Que distorce os caminhos da luz,
Avermelha os ceus azuis,
Quando seu brilho dá a sentença.
Quero preencher seu vazio.
Em seu universo ser errante,
Em sua espécie ser mutante,
Ser um astro sem luz e vadio.
Quero ser sua menor partícula.
De sua carne ser indivisível,
Ser um átomo invisível
De sua mais ínfima gotícula.
Ser calor em sua combustão,
A fricção do seu atrito,
O desgaste do seu detrito,
A entalpia de sua reação.
Quero ser sua relatividade.
Suas trocas de referencial,
O contexto social
De sua individualidade.
Quero ser o seu Sol.
E você, para meu barco,
Que seja uma meta, um marco,
Minha Lua e meu farol.
Que nossas paralelas se encontrem
No infinito de seu coração,
E que a mais sublime canção
Seja a que seus lábios cantem.
domingo, 19 de outubro de 2014
Amor e Solidariedade
19/10/2014
Em tempos de tanta discórdia,
Não sei onde fixar o olhar;
Na lamúria, na concórdia,
Ou nesse ódio no ar.
Conheço bem o meu caminho,
Mas quase perco a esperança;
Enquanto luto pela vida,
Pela consciência e pelo amor,
Tem gente sem nenhum pudor
Em lutar por sua própria pujança.
Gente me assusta...
Seus gestos, discursos, ações,
São claras constatações
De que aqui, o que anda solto,
O que passa pelo crivo humano,
Não é ajudar o outro.
É tanta dor e tristeza,
Que não posso parar de pensar
Que toda essa amargueza
Não pode vir da natureza.
É tanto sofrimento,
E ainda muita dor...
Em época de ódio,
Que vença o amor!
Mas o amor, assim, sozinho,
Não gera transformações.
Para achar um novo caminho,
São necessárias ações.
E toda ação tem ideologia.
Espero que o que busquemos
Represente o que queremos:
O poder vindo do povo,
O olhar a quem está do lado,
E que ele possa ser amado
- É nesse rumo que me movo.
Tem muita injustiça,
E tanta desigualdade...
Em época de ódio,
Que vença a solidariedade!
Em tempos de tanta discórdia,
Não sei onde fixar o olhar;
Na lamúria, na concórdia,
Ou nesse ódio no ar.
Conheço bem o meu caminho,
Mas quase perco a esperança;
Enquanto luto pela vida,
Pela consciência e pelo amor,
Tem gente sem nenhum pudor
Em lutar por sua própria pujança.
Gente me assusta...
Seus gestos, discursos, ações,
São claras constatações
De que aqui, o que anda solto,
O que passa pelo crivo humano,
Não é ajudar o outro.
É tanta dor e tristeza,
Que não posso parar de pensar
Que toda essa amargueza
Não pode vir da natureza.
É tanto sofrimento,
E ainda muita dor...
Em época de ódio,
Que vença o amor!
Mas o amor, assim, sozinho,
Não gera transformações.
Para achar um novo caminho,
São necessárias ações.
E toda ação tem ideologia.
Espero que o que busquemos
Represente o que queremos:
O poder vindo do povo,
O olhar a quem está do lado,
E que ele possa ser amado
- É nesse rumo que me movo.
Tem muita injustiça,
E tanta desigualdade...
Em época de ódio,
Que vença a solidariedade!
quarta-feira, 15 de outubro de 2014
Longe
01/10/2014
Tão longe do toque de minha pele
E do alcance de meu olhar.
Distante do desejo que fere
E dos passos do meu caminhar.
É uma pena que o som se perca...
Senão elevaria minha voz,
Romperia todos os nós,
Destruiria todas as cercas,
E meu grito incessante
Penetraria os sentidos,
Com um vigor flamejante,
E alcançaria seus ouvidos.
Venceria a barreira do som
E a velocidade da luz,
Só para ver do seu olho o tom
E sentir seu gosto doce de alcaçuz.
Apesar de sua figura nos riscos
De minha retina estar ausente,
Afirmo, sem correr quaisquer riscos,
Que no olhar da minha mente,
Nos escritos de minha lembrança,
Com a mais absoluta pujança,
Você está ao todo presente!
Tão longe do toque de minha pele
E do alcance de meu olhar.
Distante do desejo que fere
E dos passos do meu caminhar.
É uma pena que o som se perca...
Senão elevaria minha voz,
Romperia todos os nós,
Destruiria todas as cercas,
E meu grito incessante
Penetraria os sentidos,
Com um vigor flamejante,
E alcançaria seus ouvidos.
Venceria a barreira do som
E a velocidade da luz,
Só para ver do seu olho o tom
E sentir seu gosto doce de alcaçuz.
Apesar de sua figura nos riscos
De minha retina estar ausente,
Afirmo, sem correr quaisquer riscos,
Que no olhar da minha mente,
Nos escritos de minha lembrança,
Com a mais absoluta pujança,
Você está ao todo presente!
segunda-feira, 13 de outubro de 2014
No Mundo da Lua
13/10/2014
Enquanto estou acordado,
Com o corpo no mundo real,
Tento parecer um normal
(Isso fica acordado),
E ficar o mínimo possível
No mundo do impossível.
Mas a verdade é que
Não importa o quanto eu tente,
Nem tampouco que me lamente,
Mas o que se passa aqui
Não é o que se passa em minha mente.
Divago muito em minhas ideias.
Vivo no mundo dos sonhos meus,
Onde nada ainda aconteceu
(E, é provável, não acontecerá).
Não sei viver numa colmeia,
Onde só regra é o que há.
Imagino situações
Desilusões e conversas.
As possibilidades mais diversas
Para mim são ocasiões
De deixar o pensamento fluir
E o muro da realidade ruir.
Entro tanto em meu pensamento,
Que esquecer o mundo à minha volta,
O que me encanta ou me revolta,
Acontece a todo momento.
Transporto o sentimento
Para o que vem de dentro.
Mas nem sempre é bom
O que vem de dentro pra fora;
E às vezes o que me aflora
É um desagradável tom
De minha infelicidade.
Da melancolia a intensidade.
E não consigo me conter.
Mesmo quando as divagações
Não passam de constatações
De minha tristeza interna,
Não consigo me deter
Em pensar que essa agonia
No formato de alegoria
Me parece coisa eterna.
Não é bom sonhar demais.
Tudo tem a sua hora,
E se sonho tanto agora,
Talvez depois não sonhe mais.
Enquanto estou acordado,
Com o corpo no mundo real,
Tento parecer um normal
(Isso fica acordado),
E ficar o mínimo possível
No mundo do impossível.
Mas a verdade é que
Não importa o quanto eu tente,
Nem tampouco que me lamente,
Mas o que se passa aqui
Não é o que se passa em minha mente.
Divago muito em minhas ideias.
Vivo no mundo dos sonhos meus,
Onde nada ainda aconteceu
(E, é provável, não acontecerá).
Não sei viver numa colmeia,
Onde só regra é o que há.
Imagino situações
Desilusões e conversas.
As possibilidades mais diversas
Para mim são ocasiões
De deixar o pensamento fluir
E o muro da realidade ruir.
Entro tanto em meu pensamento,
Que esquecer o mundo à minha volta,
O que me encanta ou me revolta,
Acontece a todo momento.
Transporto o sentimento
Para o que vem de dentro.
Mas nem sempre é bom
O que vem de dentro pra fora;
E às vezes o que me aflora
É um desagradável tom
De minha infelicidade.
Da melancolia a intensidade.
E não consigo me conter.
Mesmo quando as divagações
Não passam de constatações
De minha tristeza interna,
Não consigo me deter
Em pensar que essa agonia
No formato de alegoria
Me parece coisa eterna.
Não é bom sonhar demais.
Tudo tem a sua hora,
E se sonho tanto agora,
Talvez depois não sonhe mais.
domingo, 12 de outubro de 2014
Desvendando o Mistério
12/10/2014
"Por que tem escrito tanto?
O que mudou em sua vida?
Sei que já escrevia, no entanto
Agora parece que algo te convida."
Ora, essas coisas não se explica.
O que você quer saber?
Se minha escrita se intensifica,
É porque me inspiro em você.
Desvendou o mistério?
Seu brilho me cativa;
E o que penetra meu império,
Os ventos que me brisam,
E minha pulsação ativa,
São seus olhos, que me hipnotizam.
"Por que tem escrito tanto?
O que mudou em sua vida?
Sei que já escrevia, no entanto
Agora parece que algo te convida."
Ora, essas coisas não se explica.
O que você quer saber?
Se minha escrita se intensifica,
É porque me inspiro em você.
Desvendou o mistério?
Seu brilho me cativa;
E o que penetra meu império,
Os ventos que me brisam,
E minha pulsação ativa,
São seus olhos, que me hipnotizam.
Ser e Sentir
11/10/2014
Quero sentir o seu sabor,
Quero sentir a sua carne,
Quero sentir a sua dor
E que seu peito me encarne.
Sob a luz da Lua cheia,
Gozar dos seus hemisférios,
Desvendar os seus mistérios,
E num sentido menos etéreo,
Ser o topo de sua cadeia.
Ser iluminado e me transformar,
Me transfigurar,
Mudar de forma, mudar de nome,
Me alimentar de seu corpo
De ninfa, de sereia.
Seja minha Lua cheia,
Que serei o seu lobisomem.
Quero sentir o seu calor,
A doçura dos seus mares.
Quero te fazer sentir dor
Na pele, na carne, nos luares.
Na escuridão da noite,
Ser seu brilho, ser sua luz,
Ser o sonho que te seduz,
Seu escravo, seu açoite.
Sentir o seu pescoço,
Suas orelhas e ombro.
Suas retas, suas curvas,
Suas sombras.
Suas veias entre meus dentes,
O som do seu suspiro.
Seja minha flor da noite,
Que serei o seu vampiro.
Quero sentir o seu sabor,
Quero sentir a sua carne,
Quero sentir a sua dor
E que seu peito me encarne.
Sob a luz da Lua cheia,
Gozar dos seus hemisférios,
Desvendar os seus mistérios,
E num sentido menos etéreo,
Ser o topo de sua cadeia.
Ser iluminado e me transformar,
Me transfigurar,
Mudar de forma, mudar de nome,
Me alimentar de seu corpo
De ninfa, de sereia.
Seja minha Lua cheia,
Que serei o seu lobisomem.
Quero sentir o seu calor,
A doçura dos seus mares.
Quero te fazer sentir dor
Na pele, na carne, nos luares.
Na escuridão da noite,
Ser seu brilho, ser sua luz,
Ser o sonho que te seduz,
Seu escravo, seu açoite.
Sentir o seu pescoço,
Suas orelhas e ombro.
Suas retas, suas curvas,
Suas sombras.
Suas veias entre meus dentes,
O som do seu suspiro.
Seja minha flor da noite,
Que serei o seu vampiro.
sexta-feira, 10 de outubro de 2014
Planos Astrais
10/10/2014
Nos meus quasares introspectos,
As confluências dos fluidos internos
Reagem exotermicamente
Com os seres elementais externos.
Os astros me influenciam.
A luz dos meus membros,
O brilho do meu olhar,
Se cativam, se contagiam
Com os movimentos dos centros
Do espaço supralunar.
E os meus passos solitários
Me levam ao mistério,
Ao desconhecido,
Ao labirinto do fauno,
Às festas das fadas,
E à perdição completa.
Confundo presente e ausente.
Minha imaginação me transporta,
Abre as portas da percepção.
Como um verdadeiro pisciano,
O corpo na Terra
E a mente nos planos astrais.
Misturo o todo e a parte.
Sou uma metonímia ambulante.
Minha sensibilidade me transporta,
Abre as portas da intuição.
Como um verdadeiro pisciano,
A vida na Terra
E o corpo nos planos astrais.
Nos meus quasares introspectos,
As confluências dos fluidos internos
Reagem exotermicamente
Com os seres elementais externos.
Os astros me influenciam.
A luz dos meus membros,
O brilho do meu olhar,
Se cativam, se contagiam
Com os movimentos dos centros
Do espaço supralunar.
E os meus passos solitários
Me levam ao mistério,
Ao desconhecido,
Ao labirinto do fauno,
Às festas das fadas,
E à perdição completa.
Confundo presente e ausente.
Minha imaginação me transporta,
Abre as portas da percepção.
Como um verdadeiro pisciano,
O corpo na Terra
E a mente nos planos astrais.
Misturo o todo e a parte.
Sou uma metonímia ambulante.
Minha sensibilidade me transporta,
Abre as portas da intuição.
Como um verdadeiro pisciano,
A vida na Terra
E o corpo nos planos astrais.
domingo, 5 de outubro de 2014
Escrever Livremente
04/10/2014
Assumindo o compromisso
De mostrar meus poemas,
Ainda conseguirei escrever livremente?
Sim, tudo pode gerar um poema...
Mas nem tudo gera.
Menos ainda os meus.
Meus poemas
São faces de minha alma,
São reflexos de minha vida,
São refrações múltiplas
Nas interfaces de minhas camadas.
Múltiplas camadas.
São cores de minha áurea transparente.
São os chifres de minha auréola.
São minhas asas.
Como então escrever livremente?
Afinal, para quem sempre escrevi?
Poemas são cartas sem destinatário.
(Nem sempre)
Por vezes sem remetente.
Ou sem assunto.
Sem assinatura,
Saudações,
Despedidas.
Que o remetente se nos mostre
E que os destinatários se destinem:
Eis a graça da poesia.
A divina comédia poética.
Não existem linhas tortas na poesia,
Pois não existem linhas retas.
São todas linhas.
Apenas.
Grafadas com sangue.
E o que há no sangue para ser visto?
São todos vermelhos...
Mas suas células mudam.
Seus fluidos não são os mesmos.
Me dou o direito
De continuar escrevendo
Da forma que melhor me convir.
Me dou o direito
- Enquanto ser de sangue vermelho -
De manchar o papel
Com escritos
- De sangue.
De continuar a escrever livremente!
Assumindo o compromisso
De mostrar meus poemas,
Ainda conseguirei escrever livremente?
Sim, tudo pode gerar um poema...
Mas nem tudo gera.
Menos ainda os meus.
Meus poemas
São faces de minha alma,
São reflexos de minha vida,
São refrações múltiplas
Nas interfaces de minhas camadas.
Múltiplas camadas.
São cores de minha áurea transparente.
São os chifres de minha auréola.
São minhas asas.
Como então escrever livremente?
Afinal, para quem sempre escrevi?
Poemas são cartas sem destinatário.
(Nem sempre)
Por vezes sem remetente.
Ou sem assunto.
Sem assinatura,
Saudações,
Despedidas.
Que o remetente se nos mostre
E que os destinatários se destinem:
Eis a graça da poesia.
A divina comédia poética.
Não existem linhas tortas na poesia,
Pois não existem linhas retas.
São todas linhas.
Apenas.
Grafadas com sangue.
E o que há no sangue para ser visto?
São todos vermelhos...
Mas suas células mudam.
Seus fluidos não são os mesmos.
Me dou o direito
De continuar escrevendo
Da forma que melhor me convir.
Me dou o direito
- Enquanto ser de sangue vermelho -
De manchar o papel
Com escritos
- De sangue.
De continuar a escrever livremente!
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