segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Vivo-Não-Vivo

25/01/2017

Vivo mais de sonhos
que de realidade.
Se me alimentasse só de realidade,
já estaria há muito morto.

Conforto me falta,
mas estou vivo.
Quem me dera sonhar mais...!
Sonhar um sonho real.

Vivo, convivo com minhas mazelas.
Melhor sonâmbulo,
moribundo,
semi-morto.
Semi-vivo,
mas com todo conforto.

Pintura

25/01/2017

Reconhecer é viver.
É pintar as cores da vida
na tela metamórfica
que a natureza nos mostra.

Sabe mesmo quem
sabe sentir.
Sentir profundamente.
Cada corpo é
um macrocosmo
microscópico.
Um microcosmo
terráqueo.
Earthling.

Meus conhecimentos universais
não vêm de meus retiros espirituais.
Tenho gana em reconhecer-me.
Tesão em me sentir lá fora.
Lá fora-dentro.
Sempre.
Tenho ânsia de singular-me
na pluralidade afásica.

Em meus retiros espirituais,
suicídio.
Em meu encontro com a alteridade,
renascimento.
Ao reconhecer-me fora de mim,
reencontro.
Plenitude.
Pichação.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Temporal

20/01/2017

Se eu pudesse voltar ao passado,
nada faria diferente.
O que um dia já deu errado,
ou resultou positivamente,
se por acaso fosse alterado,
o que seria do meu futuro?

Longe de querer um lugar seguro,
tampouco quero um lugar caótico.
E, meu amigo, brincar com o tempo
é ficar no sereno ou se expor ao relento:
basta buscar o diagnóstico.

Sai do sereno, menino.
Sabe-se lá o que vai acontecer...
Se ao menos soubesse pintar,
e toda sua criatividade usar,
pintaria um mundo sem anoitecer.

Mas enquanto não tem essa sorte,
o horror dos passados vividos
pintará a tela dos futuros ecolhidos.
Viva o tempo presente e seja forte.