domingo, 12 de junho de 2016

Palavras Perdidas

12/06/2016

Deito em sombras de desterro;
Murmuro.
Deixo saltar de meus olhos
As paisagens que não vou visitar.
E o Sol que se esvai
Reluta em se despedir.
Murmuro
Versos de quem não tem o que versar.

Em meus devaneios de homem são,
Morro.
O Sol se vai.
Mas o mar continua a me espreitar.
Minhas roupas poucas demais para o frio
Me deixam com uma mensagem:
Não sou invencível.

Sou uma pedra ou um moinho de vento
Girando ao som das ondas
Ou barrando meu desalento.
E a folha correndo no vento frio
É mais forte que eu.

Contenho meu riso desesperado
E sussurro palavras ao mar.
Palavras perdidas.
Ou talvez jamais faladas.
Volto ao meu escuro eterno
E minha mente reluz de lembranças.
A noite está fria demais para sonhar.

quarta-feira, 1 de junho de 2016

Cavalaria

31/05/2016

Todo dia o mundo ataca
e você se defende,
foge, esquiva,
se perde, se mata.
Perde até os sentidos,
não lembra mais o que faz falta.

E agora o mundo vem bater à sua porta.
E você, numa postura meio torta,
tenta resistir ao mundo em vão.
Leva uma rasteira que te deixa no chão,
sem eira nem beira,
sem faca nem queijo na mão.

Reaja, camarada, reaja!
Se ponha de pé,
revide, ataque!
Vá de meia Lua, Lua cheia!
E a cada golpe do mundo,
saia de negativa.
Não se aflija!
De pé no chão
ou pé no alto,
vá para cima do mundo
com um salto!
Derrube quem te quer derrubar!

Com uma tesoura nas opressões
e no sistema que te explora,
um mundo novo nascerá!
E na solidariedade de cada roda
o amor prevalecerá!
E então, livre,
na ginga dessa nova aurora,
não haverá ninguém para derrubar.