quarta-feira, 13 de maio de 2015

Meio do Mato

13/05/2015

O tempo é relativo.
O espaço é psicossomático.
A comunhão espaçotemporal numa cidade grande é atroz.
Pelos caminhos asfaltados da vida,
o coração palpita em frequências anormais.
Pelas selvas acimentadas das ruas,
a mente encolhe a uma semente de vida
sem vida.
Basta de fumaça de automóvel!
Quero cheirar fumaça de fogueira!
Deslocar-me no espaço-tempo,
entrar num buraco de minhoca,
numa realidade paralela onde prevaleça a Natureza.
Quero ser a Natureza.
Uma parte do todo
e o todo de todas as partes.
Ser.
Viver plenamente como um pássaro planando no ar.
Ser.
Sentir os raios solares em minha pele
e me proteger na sombra de uma árvore.
Sentir os odores do que me entorna
e me contorna
e me completa.
Ser.
Entrar no meio do mato,
(só quando estou no mato me sinto vivo)
porque existe mato em mim.
(e eu existo no mato)
Existir.
Ser.
Cavar no meu chão um caminho intraterreno,
intrahumano,
astral,
que me leve a mim mesmo,
porque eu sou tudo.
Tudo.
Nada.
Nada há que me falte
quando chove em mim.
Quando não preciso de guarda-chuva.
Quando não uso guarda-chuva.
Chuva. Sol. Mar. Rio.
Nada a priori,
tudo a posteriori.
Tudo.
Emaranhamentos, teias, veias.
ondanuvem, plantachama
Tudo.
Dentro de mim.
Concentrar o inconcentrável
e fluir e fluir e fluir.
Até chegar ao Nada.
Melhor coisa é se sentir conectado.

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