domingo, 17 de maio de 2015

Constelações e Sonhos

16/05/2015

Quisera que as constelações tivessem voz própria.
Que não fóssemos nós a escolher sua forma,
seu nome,
seu destino,
para que elas pudessem escolher nosso destino.
Quisera que as constelações tivessem voz própria.
Para que não fosse eu a escolher sua voz,
suas falas,
seus textos.
Quisera que as constelações tivessem voz própria.

Sei como é.
Eu sei, mas não me custa sonhar.
O sonho é um reino - velho - todo novo
que fala sem ter voz.
E brilha no escuro sem ter luz.
Sei como é,
mas nem sempre saber adianta.
Nesse vagar sem fim,
no acelerar do afastamento,
tudo certo.
Porque não adianta achar o erro
nesse jogo dos infinitos erros.
O sonho é precessão.
E as constelações nos olham
com olhar de repressão.
Sei como é.

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