sexta-feira, 17 de abril de 2015

Supernovatômica

17/04/2015

É preciso catarse.
Explodir como fogo
e ressurgir nas cinzas em arco-íris.
Brihar o brilho do fogo-fátuo
e ressoar com o barulho da chuva.
E ser limpo, purificado
pela chuva e pelas marés.
Carregar no peito uma luz
que esverdeia as plantas;
e na testa uma flor
que vai além dos olhos.

É preciso catar-se.
Recolher do chão os pedaços caídos,
dos ares os flutuantes
e dos mares os submersos.
Reunir-se em si mesmo,
arquitetando-se,
remodelando-se
em uma única parte,
que é mais que a simples união das demais.

Como a vida.
Essa imensa construção de múltiplas peças
pulsa com a pulsação de cada uma de suas partes
e se evapora na existência como uma fumaça no ar.
A vastidão cataclísmica de sua inteireza
se manifesta em cada suspiro da natureza
e nos imensos espaços subatômicos,
como na estrutura cósmica e supramolecular.
あたたかくない

Como a vida.
Devoro-a.
Degusto todos os seus sabores,
testo meu paladar em seus gostos
e meu olfato em suas fragrâncias.
Alimento-me dela.
Como terra, como fogo, como água.
Vivo.
E viveria mais se soubesse que vivo.
Entre os vastos desertos e os oceanos infindos,
resisto.
Como uma flor do deserto.
Sou a flor da noite.
Fui o Sol da manhã.
Serei a Lua cheia.
あたたかくなかった

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