quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Do Alto

02/06/2014

Debruçado no parapeito de um prédio,
Absorto no vazio em meu olhar,
Percebo que esse infinito tédio
Por eras ainda vai perdurar.

Vislumbro o terror do dia a dia
Nos muros dessa cidade litorânea,
Que escarra no chão minha agonia:
Um dejeto de lama contemporânea.

Aqui do alto nada parece mais real,
Mas de fato tudo é vício visceral
Das ânsias de meu espírito incauto.

Assim, carrego um profundo temor,
E quanto a esse sobressaltante horror
Em meu peito, não sei se solto ou se salto.

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