sábado, 12 de março de 2016

Medo de Trovão

11/03/2016

Nem sempre estou preparado para chuva.
Em meu deserto pessoal
a chuva molha, encharca, alaga.
Congela meu coração de pedra mole.
Que sorte!
Que forte o vento e a brisa!
Não sei se corro risco
ou se o risco me socorre.

Das infinitudes da vida,
a mazela de ser o que se é.
Nunca se sabe o que cabe.
Vai vendo,
que nem todos nós
podemos ser a causa de tudo.
E quando não somos a causa de tudo,
nos sentimos um nada sem causa;
a causa de nada.
à cause de rien
grace à dieu

Na rua deserta só quem fala é a chuva.
E os riachos urbanos
fazendo sua viagem.
Um brilho oculto no céu
e na nuvem cinza uma mensagem.
Buen camino.
Que me reste uma flor
para onde eu for.
E quando cessarem minhas consequências,
que minhas últimas palavras sejam de amor.

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