sexta-feira, 21 de julho de 2017

Satélite

20/07/2017

Depois de um tempo dormindo
é bom enfim acordar.
Olhar nos olhos do mundo,
sentir mais do meu desgosto com tudo,
me rebelar.
Difícil mesmo é não se revoltar.

Suportar o dia a dia...
Essa alucinação ainda estou para alcançar.
Tento diariamente respeitar a rua,
mas de dia o mar, de noite a Lua,
sempre vêm me chamar.

Queria que seus poderes fictícios
pudessem nos salvar.
Mas pairo como Bandeira a olhar as coisas em si:
satélite,
água,
fogo,
violência,
desigualdade.
Enforcado de mais valia,
o que me cansa é a fantasia
de que vai tudo muito bem.
Vai tudo mesmo muito mal.
Tudo.
E com um grito jamais contido,
volto para a rua.
Sob satélite ou estrela.
que meus poderes de homem comum
não iludam ser vivo nenhum:
só seguindo junto,
lutando,
incendiando,
revolucionando,
que alguma coisa vai mudar.

Quero ver o mundo diferente.
Talvez com mais cara de gente
-- gente que saiba amar.
Seja na lua nova ou lua cheia,
sentir a liberdade percorrer minha veia,
e, mesmo sem prática,
voltar a sonhar.

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