18/05/2016
Sou um ser fictício.
Um misto do reino das sombras
e do olhar infinito.
Sou vivo, mas errante;
fraco no laço e mutante.
Que o mar seja meu amante
e me leve aonde quiser levar.
Não sou vivo e temo a morte,
mas com a sorte do meu sonhar,
sobrevivo em tempos alheios.
E, ora ora, se me quiseres,
basta sonhar o meu sonho,
pois sou tão denso
quanto o universo astral.
Em meu virtualíssimo ser,
um terror profundo
de ser só mais um no mundo;
um escárnio do mundo real.
Não quero nem ser igual,
contundente,
inconsequente,
natural.
A mim interessa ser constante,
seja perto ou distante,
mesmo assim marginal.
Quero ser o que sou:
um bit, uma memória,
uma estória de ninar,
uma vela acesa,
um romance matinal.
Acendam-se os corpos,
tombem-se os muros,
mimetizem o final!
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