23/05/2016
Das lamas em minhas raízes entranhadas,
um suspiro.
Um chacoalhar de galhos e folhas
caindo.
Um som.
Sou fruto do mundo que me entorna.
Nunca fui nada.
Mas serei tudo,
até voltar a ser nada.
Se não valho nada,
nada nunca valerei.
Mas valho tudo mesmo!
Valho o mundo!
Da natureza, peço encarecidamente
que me confie seus segredos.
Sou um tesouro a ser descoberto.
Basta ouvir a natureza.
Sou vento e chuva.
E na minha entrega deixarei a terra molhada.
Sou chuva para o Sol,
e as cores vivas são minhas crias.
Ajehecha!
Que minha maestria venha das árvores!
... do fogo e do mar!
segunda-feira, 23 de maio de 2016
quarta-feira, 18 de maio de 2016
Gutural
18/05/2016
Sou um ser fictício.
Um misto do reino das sombras
e do olhar infinito.
Sou vivo, mas errante;
fraco no laço e mutante.
Que o mar seja meu amante
e me leve aonde quiser levar.
Não sou vivo e temo a morte,
mas com a sorte do meu sonhar,
sobrevivo em tempos alheios.
E, ora ora, se me quiseres,
basta sonhar o meu sonho,
pois sou tão denso
quanto o universo astral.
Em meu virtualíssimo ser,
um terror profundo
de ser só mais um no mundo;
um escárnio do mundo real.
Não quero nem ser igual,
contundente,
inconsequente,
natural.
A mim interessa ser constante,
seja perto ou distante,
mesmo assim marginal.
Quero ser o que sou:
um bit, uma memória,
uma estória de ninar,
uma vela acesa,
um romance matinal.
Acendam-se os corpos,
tombem-se os muros,
mimetizem o final!
Sou um ser fictício.
Um misto do reino das sombras
e do olhar infinito.
Sou vivo, mas errante;
fraco no laço e mutante.
Que o mar seja meu amante
e me leve aonde quiser levar.
Não sou vivo e temo a morte,
mas com a sorte do meu sonhar,
sobrevivo em tempos alheios.
E, ora ora, se me quiseres,
basta sonhar o meu sonho,
pois sou tão denso
quanto o universo astral.
Em meu virtualíssimo ser,
um terror profundo
de ser só mais um no mundo;
um escárnio do mundo real.
Não quero nem ser igual,
contundente,
inconsequente,
natural.
A mim interessa ser constante,
seja perto ou distante,
mesmo assim marginal.
Quero ser o que sou:
um bit, uma memória,
uma estória de ninar,
uma vela acesa,
um romance matinal.
Acendam-se os corpos,
tombem-se os muros,
mimetizem o final!
domingo, 8 de maio de 2016
Talvez
08/05/2016
Não precisa explicar
Eu sei
Eu sei mais do que eu posso contar
Talvez eu me sinta mesmo assim
Mesmo sem
Mesmo são
Talvez não
E no universo que a vida me levar
Deixa estar
Deixa ser
Uma ação
Um começo de explicação
Agora não
Só depois
Um ou outro
Ou nós dois
A sós
Em paz
Só nós
Meio assim
Talvez sim
Não precisa explicar
Eu sei
Eu sei mais do que eu posso contar
Talvez eu me sinta mesmo assim
Mesmo sem
Mesmo são
Talvez não
E no universo que a vida me levar
Deixa estar
Deixa ser
Uma ação
Um começo de explicação
Agora não
Só depois
Um ou outro
Ou nós dois
A sós
Em paz
Só nós
Meio assim
Talvez sim
sábado, 7 de maio de 2016
Turbulência
07/05/2016
Silêncio é uma arte.
Silêncio e solidão:
silêncio interno, solidão externa.
Um caminho para a solitude.
O silêncio de uma multidão
que conversa e te ignora na espera
do começo de um show.
O silêncio de uma cachoeira
que tagarela beleza ao mundo.
E o barulho silencioso de uma multidão
em sua correria diária é um açoite.
Cada nota sentida silencia meu coração.
Os gritos difusos,
confusos,
de onde eles vêm?
Para onde irão?
Um dilema entre filosofia e religião.
Só a política para salvar.
E meu egocentrismo.
Se um homem é um ser social,
um homem só é o quê?
Um pequeno girassol.
Um depressivo ou um hedonista.
Devo ser egoísta.
E das ilusões que eu tenho,
o silêncio é a mais bela vista.
Silêncio é uma arte.
Silêncio e solidão:
silêncio interno, solidão externa.
Um caminho para a solitude.
O silêncio de uma multidão
que conversa e te ignora na espera
do começo de um show.
O silêncio de uma cachoeira
que tagarela beleza ao mundo.
E o barulho silencioso de uma multidão
em sua correria diária é um açoite.
Cada nota sentida silencia meu coração.
Os gritos difusos,
confusos,
de onde eles vêm?
Para onde irão?
Um dilema entre filosofia e religião.
Só a política para salvar.
E meu egocentrismo.
Se um homem é um ser social,
um homem só é o quê?
Um pequeno girassol.
Um depressivo ou um hedonista.
Devo ser egoísta.
E das ilusões que eu tenho,
o silêncio é a mais bela vista.
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