segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Vulto de Vida

18/01/2016

Em planícies arenosas
e montanhas pedregosas.
No azul verde do mar
e no vermelho cálido do fogo.
Em toda parte e a todo tempo
sou um mundo de duas faces,
um ser do fabuloso mundo das ideias.

Minha visita ao mundo real
é um pedaço de minha brevidade.
Faço contato,
marco horário
e apareço.
Desapareço quando necessário.
E volto, sem clamor,
à minha virtuosa virtualidade.
Fico confuso, sinto saudade,
mas o mundo concreto não me pertence.

E se o mundo virasse ao avesso?
Se o mar chovesse no céu
e o fogo queimasse na madeira?
A mão seria quase nada,
porque o mundo seria completo.
Concreto.
E a ideia seria o avesso de tudo.
Contudo, nada é dessa maneira.
Em alguns momentos estou vivo.
Em outros não existo.
E meu tempo é limitado.
Vivo, resisto.
Quando não, desisto.

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