sangram, transbordam minha pele.
Meu peito, essa pavorosa prisão,
pulsa com o brilho que em vão me fere.
Que se encerre a distração!
Meu corpo, um sufoco; um lastro
de angústia, astúcia, sofreguidão.
O sangue me ferve, mas o corpo é vasto;
tem muito espaço para cada sensação.
As mãos no pescoço, uma convulsão.
Os punhos serram quando os dentes rangem.
As línguas ácidas me consomem,
e os pensamentos, como intromissão,
me leem. Seja qual for a conclusão,
os vestígios de paciência somem.
Ora, já chega, pois estou cansado.
O risco de sumir
só escapa na explosão.
Chega de ser fogo.
Agora sou vulcão.
E democracia, meu amigo,